sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Prazer do Texto – Roland Barthes, por Lila Léa Cardoso Chaves Costa. Especialista em Literatura Brasileira.




No livro O Prazer do Texto de Roland Barthes são feitas proposições acerca do prazer e da fruição, paralelo a um jogo de sedução e erotismo entre o texto e o leitor.
Segundo Barthes, de posse de um texto, não se pode assegurar que a leitura proporcione o desejo, visto que é imprevisível o desfrute, daí a leitura ser um jogo, uma procura que se adentra no texto.
Aqui, o significante, provoca a fruição porque remete ao novo, a uma perda, rompimento. O prazer em si contenta, é ora extensiva a fruição, ora a ela oposta. Na fruição percebe-se pólos antagônicos como repetição e contentamento, perda e busca, novo e velho, apreensão ou quebra do significado envolvendo aspectos ideológicos, históricos, filosóficos, culturais e psicológicos, proporcionando assim a construção de novos discursos, novas ideologias, sendo estas, sempre dominantes (assim como percebe-se em Foucault).
O texto de prazer, segundo Barthes, contenta, enche, da euforia, advém da cultura não rompe com ela, liga-se a uma prática confortável de leitura. A fruição é a perda o desconforto, provoca crise na relação com a linguagem. Somos remetido aqui a Derrida (também pós-estruturalista) ao verificarmos, quando ele diz, que um significante não remete a um significado mas sim a um outro significante, havendo um jogo de presença e ausência, uma busca contínua de signos.
O prazer pode definir-se por uma prática, por conseguinte uma crítica, a fruição não nos obriga ao prazer, podendo até aborrecer, é intransitiva, as vezes perversa, imprevisível, também não se enquadra na cultura de massa porque é individual, dialoga aqui com Benjamim quando questiona a massificação da arte que provoca a perda da aura, o que poderia assemelhar-se a perda da fruição, ao seu caráter associal.

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